Antes de falarmos sobre samsára é importante definirmos a filosofia por detrás deste fundamento: O Sámkhya.
Sámkhya é uma filosofia teórica especulativa que atribui causas naturais a todos os fenómenos e estabelece os princípios nos quais assenta a prática do SwáSthya, que permite ao Ser Humano atingir a finalidade última da sua existência. Talvez seja incompreensível o praticante que queira abraçar com dedicação esta filosofia, senão tiver em conta os princípios fundamentais estabelecidos pelo Sámkhya.
Falando agora sobre Samsára!
Por vezes, ainda não acabamos de “sofrer” as consequências de atos cometidos inconscientes, e já tropeçamos sem darmos conta disso, em outros atos de consequências imprevisíveis. Todos os gestos, todos os pensamentos, todas as palavras são germes de experiências, e todas as experiências são germes de ações, de tal maneira, que nos mantemos incessantemente dentro da engrenagem das experiências condicionadas, que é aquilo a que chamamos de Samsára.
O samsára é a roda da existência, o ciclo das vidas e da morte, o movimento contínuo em que nos mantém a nossa ignorância. A Libertação (Moksha) consiste em interromper este ciclo que só a prática diligente do SwáSthya, com profunda dedicação e intenção nos proporciona. Tal libertação é alcançada quando se deixa de acumular o karma (lei natural e universal de causa e efeito), seja ele bom ou mau. É um percurso progressivo em que o ser humano busca descobrir aquilo que é realmente para diferenciar o seu verdadeiro Eu de tudo aquilo que o oculta e mascara.
É por isso que o Sámkhya chama «Isolamento» (Kaivalya) à libertação, atribuindo ao termo o sentido de uma verdadeira operação de alquimia, na qual se faz uma decomposição e uma dissociação, até se «isolar» num corpo puro, irredutível e liberto de todas as impurezas da inteligência.
Texto redigido com o apoio no livro, O Ioga, de Tara Michael
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